A Braskem informou, nesta segunda-feira (1), que vai paralisar definitivamente a produção de cloro soda localizada em Camaçari, na Bahia, devido ao fim da vida útil do ativo, que está em atividade desde em abril de 1979.
O anúncio foi feito por Almir Viana Cotias Filho, líder de vinílicos da companhia, em teleconferência sobre o desastre geológico que causou afundamento do solo em Maceió devido à extração de sal-gema em área urbana.
Com o fechamento da planta na Bahia, a companhia irá importar parte da produção. Já na planta de Alagoas, a Braskem está em fase de comissionamento da planta de soda cáustica, que espera concluir até o final do primeiro trimestre de 2021.
"Esperamos uma recuperação de ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e melhora de spreads ao longo do ano com a retomada das operações", disse Pedro Freitas, diretor financeiro da Braskem.
PROVISÕES
O impacto financeiro do desastre geológico em Maceió será de R$ 8,8 bilhões no quarto trimestre.
"A Braskem tem o objetivo de continuar acelerar a negociação por compensações aos moradores dos bairros afetados pelo desastre geológico que causou afundamento do solo devido à atuação da companhia na extração de sal-gema em área urbana com falha geológica desde 1975", disse o advogado Thiago Fontana Gemignani, que representa a companhia no gerenciamento do caso em Maceió, em teleconferência da companhia sobre o caso.
Segundo a apresentação feita por Filipe Alves Tavares, jurídico do caso Maceió, existem quatro processos contra a companhia referentes ao caso de Maceió, que somam R$ 38,6 bilhões. O MPT-AL pede R$ 3,7 bilhões para reparar trabalhadores, enquanto o poder público federal e estadual clama R$ 6,7 bilhões para compensar os danos aos moradores dos bairros atingidos e o MPF-AL R$ 28,2 bilhões, pelos danos sociais e ambientais. Há ainda uma ação de investidores detentores de ADRs da companhia, que alegam perdas por omissão e informações falsas sobre o desastre.
Em 2021, a prioridade será estabilizar a governança do programa social e urbanístico, disse a companhia, que apresentou à ANM um plano para estabilizar e monitorar 35 áreas de extração de sal.
O plano é considerado como "de difícil execução" pela companhia, que espera avançar sua implementação nos próximos meses.
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