Pouco importa se o medo é de barata, de fazer uma apresentação em frente do chefe ou de assalto, a resposta do corpo é nos colocar em estado de alerta: pupilas e brônquios dilatados, respiração e batidas cardíacas aceleradas e maior pressão sanguínea.
A neuroeducadora, explica como podemos nos enganar com as aparências. Às vezes, olhamos para algumas pessoas, e temos a impressão de que são fortes e imbatíveis, algumas chegam a ser exemplos de força e atitude para nós. Mas ao nos aproximarmos delas um pouco mais, descobrimos que elas também sentem medo, e ai, nos damos conta de que não existem pessoas fortes, ou fracas, algumas simplesmente aprenderam a arte de lidar com seus medos, encarando-os de frente e não se permitem paralisar diante deles!
Todos nós sentimos medo, conclui, Rosana Medina!
Medo de perder a saúde, alguém que amamos, medo de se sofrermos violência, medo de não sermos felizes, de não sermos bons o bastante...medo de não sermos amados o suficiente, medo de fazermos escolhas erradas. A lista é enorme, cada um tem a sua, e suas razões para sentir cada uma delas. O fato é que não importa a causa. O medo precisa ser enfrentado e desmistificado, do contrário, ficamos mais presos a ele, e vulneráveis a cada dia.
Crianças choram e admitem sentir medo, de acordo com Medina, quando vamos crescendo fingimos que está tudo bem, passamos a negar as manifestações de fragilidade, dificultando o acesso a maiores conquistas, porque o medo é a raiz de muitos desajustes e resistência!
O circuito do medo é um dos mais básicos do cérebro e é extremamente útil para que sejamos capazes de ter uma resposta rápida e fugir de ameaças. Ele também nos protege de desilusões, como mostrou uma pesquisa da Universidade de Bonn. No entanto, quando não conseguimos controlar nosso medo, ele pode nos paralisar ou levar até quadros graves de ansiedade e síndrome de pânico.
A resposta do medo diante de uma ameaça é muito parecida em animais como em seres humanos. Tudo começa na amígdala, uma das estruturas cerebrais mais primitivas do desenvolvimento animal e a principal responsável pelo processamento de ameaças do meio, explica Pedro Mario Pan, psiquiatra da Unifesp (Universidade Federal do Estado de São Paulo) e vice-coordenador do projeto Conexões Mentes do Futuro. "Eu estou em casa e escuto um estouro. Esse barulho vai ser processado pela amígdala e vai disparar estímulos para reagir a esta ameaça", indica Pan. Na sequência, a amígdala vai acionar o hipocampo, que dará contexto às primeiras informações para indicar se esta é ou não uma situação de risco.
Agora pense no medo que enfrentamos todos os dias, medos justificados e medos inconscientes, é como se ligássemos o alerta e reagíssemos com resistência, e negação a tudo que minimamente possa ser associado a esse circuito cerebral, explicado acima? Por isso é tão importante entender como tudo isso funciona, para seguirmos nossa vida sem esse sentimento que paralisa!
Medina orienta que possamos identificar o medo, os gatilhos que trazem essas sensações, e a partir disso, ir se auto conscientizando da necessidade de desmistificar cada um deles.
Assim, podemos seguir mais leves, ampliando nossos horizontes!
Abraços,
Rosana Medina
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