Ao vir ao mundo no seio de uma família, não herdamos somente um patrimônio genético, herdamos as crenças e os comportamentos que são válidos neste sistema familiar.
Nossa família é um sistema, um campo de energia no interior do qual, nós evoluímos e crescemos. Cada um, desde seu nascimento, vai ser uma parte deste todo e precisa ter o seu lugar, independente de quem seja e como seja. Todos fazem parte!
Como descreve Rosana Medina, Neuroeducadora, “Uma ave quando voa pode voltar-se para qualquer direção, mas o que vemos é o bando conduzir-se como um todo. Cada ave submete-se ao esquema geral do bando e, graças a essa submissão, continua a participar do grupo. De vez em quando, uma ou outra pode sair um pouco do movimento, para em seguida, juntar-se ao todo novamente. Ela é parte do movimento, ela influencia, mas não determina o movimento.”
Na visão sistêmica, para achar uma solução para o cliente, o terapeuta olha para além do indivíduo. Apenas abrir a mente e olhar para algo maior, para ligações ou conexões além das óbvias, para o amor que une o grupo e faz os indivíduos se sacrificarem por ele.
Bert Hellinger nos fala que há, além do inconsciente individual e do inconsciente coletivo, um “inconsciente familar” que atua em cada membro da família. Para ele, existem as 3 leis do relacionamento humanos, que são básicas e atuam ao mesmo tempo: O PERTENCIMENTO, A ORDEM E O EQUILÍBRIO.
Veja o que ele diz sobre cada uma delas:
A primeira lei, intitulada Lei do Pertencimento, diz respeito, sobretudo, a nossa necessidade de pertencer. De acordo com essa lei todos que nascem em um sistema familiar têm o direito de se sentir pertencente. Isso inclui, até mesmo, os antepassados e possíveis abortos, que não poderão ser excluídos, ainda que pela morte. Caso ocorra a exclusão por parte de algum integrante da família em relação a outro membro do sistema, seja de forma consciente ou não, o sistema entra em conflito. Tal conflito pode ser sentido tanto por aqueles que excluem, como por aqueles que foram excluídos ou em ambos e, geralmente se revela por meio de doenças ou questões emocionais. Logo, é preciso reconhecer o direito de fazer parte que todas as pessoas possuem, especialmente quando se referem aos familiares, podendo estender esse entendimento para outras relações fora do sistema familiar. Todos somos partes do universo, do planeta Terra, de uma mesma espécie… Razões pelas quais as exclusões tão presentes na sociedade têm gerado tantos conflitos e violências!
A lei da ordem ou hierarquia indica que os que nos antecederam tem preferência sobre os que vieram depois. Por isso, precisamos respeitar os avós, pais, irmãos mais velhos e todos os ancestrais… A vida somente chegou até nós porque outros contribuíram para isso, os nossos antepassados! Logo, serão sempre maiores do que os que aqui estão. Quando essa ordem não é respeitada, como por exemplo, os filhos que não honram ou respeitam os seus pais, interferem em suas decisões, acabam ocupando o lugar que é deles, geram conflitos e consequências. O mesmo deve ser seguido nas relações interpessoais em outros espaços, como no trabalho, na escola, entre amigos. Há sempre alguém que nos antecedeu e deve ser respeitado. Isso não significa que devemos concordar com todos os comportamentos dos que vieram antes de nós, mas sempre lembrar da hierarquia e do respeito a hierarquia na forma de questionar e lidar com o outro e, muitas vezes acolher e aceitar o que não pode ser mudado no outro, dando o devido lugar para cada um no sistema olhado.
Já a Lei do equilíbrio se refere diretamente ao movimento entre “dar” e “receber” que ocorre em todas as relações humanas, a começar em nosso sistema familiar, quando recebemos o maior presente: a vida! Por isso, os pais serão sempre maiores do que nós, vieram antes, nos precederam. Logo, de acordo com o equilíbrio, são eles que “dão” aos filhos, que por sua vez, “recebem” amor, cuidados, apoio financeiro, por um longo período. Por sua vez, para compensar os ganhos, os filhos crescem e se desenvolvem pessoal e profissionalmente e constituem famílias para de alguma forma retribuir com orgulho e alegria aos pais o que receberam. Assim seguem para o mundo! Se essa dinâmica é alterada, seja por necessidade dos pais ou arrogância dos filhos (talvez inconsciente) em querer dar mais do que receber, podem gerar conflitos no sistema e, por conseguinte, fora dele, na sociedade. Em muitos casos, os filhos se sentem num débito muito grande por não poder compensar a vida que receberam e acabam estendendo tal débito para outras relações e se tornam incapazes de receber algo do outro, querendo apenas doar. Ainda que o equilíbrio nunca seja perfeito, em todas as relações humanas, é preciso esse movimento entre “dar” e “receber”, que se configura como uma busca constante pelo equilíbrio. Por isso é preciso também aceitar o que vem do outro e não apenas querer compensá-los por algo.
Por fim, ao entender, reconhecer e respeitar as três leis do amor ou ordens de Bert Hellinger em nosso sistema familiar, também podemos ampliar a consciência para mudar os padrões de repetição e evitar os comportamentos que geram conflitos e emaranhados, seja em nossas relações familiares, afetivas e profissionais. Para isso, é preciso lembrar que somos seres sistêmicos oriundos de dois sistemas familiares diferentes dos quais sempre faremos parte e, assim, também faremos parte de outros sistemas na sociedade: grupo de amigos, funcionários de uma empresa, residentes do condomínio, pais de alunos, enfim, sempre faremos parte… Nesse movimento que vai do sistema familiar para o mundo, a família é uma fonte de força e amor que encontra nas leis sistêmicas as condições necessárias para o amor fluir… Que possamos pertencer, respeitar a hierarquia e buscar o equilíbrio em todos os espaços que percorremos!
Segundo ele, quando se age de acordo com as leis, a vida flui e nossos objetivos se desenvolvem. Quando as transgredimos, a conseqüência é perda da saúde, da vitalidade, da realização e dos bons relacionamentos, assim como o fracasso nos objetivos de vida.
Desejo um Ano realmente Novo, com a expansão da consciência!
Para falar diretamente comigo: 71-99263-9252 – WhatsApp, Instagram: @rosanamedina.neuro
Abraços,
Rosana Medina
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