Eu sou o hoje - muitos repetem essa frase nos dias atuais. Será que realmente refletimos o que está por trás desse pensamento?
Pode denotar simplesmente: “quero viver o agora”, “deixe acontecer” ou “o tempo está passando e só quero ver e viver o lado bom”.
Nas entrelinhas, muito pode ser dito, abarrotando nossa lista de charadas e pedindo aprofundamento.
Vou começar ilustrando uma situação: hoje, um proprietário de revenda de carros pediu ao seu funcionário: “corra com essa documentação, manda resolver tudo logo pra cliente não desistir”. O que simboliza a compra de um veículo para cada pessoa?
Estamos falando de um bem móvel de uso duradouro e que representa tanto um meio de transporte como uma simbologia do “status”. A fala nos remete ao imediatismo, ao pedir providências diante do tempo e da mudança de humor ou das condições externas, que podem oferecer melhores condições e capturar a cliente para outro estado/ realidade.
Indo mais fundo na análise, cabe um livro na nossa mente? Provavelmente você dirá que leu e não recorda mais, porém cabem milhões de pensamentos, olhares sem interpretação ou lembranças acaloradas de momentos de folia.
É cada vez mais passado o presente, se vive mais virtualmente, aparentando ser o que não é, atropelando etapas e desperdiçando vidas. Perdemos identidade, referência, valores. Se uma circunstância trouxe dor, passamos por ela e daqui a alguns minutos, já transpusemos, já trocamos de visão; se precipitamos uma alegria, a reinação pode reverberar por mais tempo, porém nada se eterniza, nada se emoldura e se enraíza. Somos uma tempestade em alta, que se acalma quando encontra um porto e toma fôlego quando vê um cenário favorável.
Repense o quanto você quer esquecer o que está lá atrás, a raiz, o sumo e apenas passar por cima. Viver o hoje pressupõe também conhecer e reverenciar o passado, pois dele se formaram hábitos, costumes, possibilidades e concretizações.
Assim ocorre com o que vamos deixando de muros, entulhos, escombros pelo caminho, sem querer olhar os estragos e interpretar os fatos.
Viva o hoje e pense no amanhã, mesmo que você não creia em vidas futuras, afinal, somos sementes para as gerações mais novas. De nada nos adianta uma visão reduzida e egoísta, sairemos incompletos, inúteis, infundados e superficiais.
Sejamos atemporais, mantenedores de um estado equilibrado e parcimonioso. Vivamos com valores morais, com coerência e aproveitamento, com destreza e também lentidão, de processamento, de aprofundamento. Estejamos inaptos, para que, na inexperiência, possamos aprender e aproveitar; na falta, sejamos mais interesse, coração, acolhimento e menos razão e materialidade.
Andréa Almeyda é Designer de Interiores e Economista, pós graduada em Marketing e atua como Consultora Energética de ambientes e pessoas, com o Feng Shui, a Geobiologia, a Radiestesia e o Reiki. Autora do eBook “Limpeza Energética”. Colunista da Revista Metropolitana.
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